Título: O futuro com radicais
Autor: Daniela Kresch
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2006, Internacional, p. A14

Razão da vitória: A maior parte do apoio veio de palestinos dispostos a acabar com a dominação da organização Fatah, criada pelo falecido Yasser Arafat e há muito vista como corrupta. Com a eleição parlamentar, a Fatah perdeu a chefia de governo (o direito de indicar o primeiro-ministro). A presidência (chefia de Estado) foi mantida. Mahmud Abbas, o líder da Fatah, foi eleito presidente no ano passado. As relações externas são atribuição do presidente.

Futuro governo: Com a maioria parlamentar conquistada, o Hamas pode escolher governar sozinho, mas preferiria uma coalizão. Um primeiro-ministro não precisa vir necessariamente das fileiras do Hamas.

Presidência: Abbas disse recentemente que pode se demitir se não conseguir cumprir sua agenda de paz com Israel.

Luta: A retórica sobre a resistência a Israel certamente vai continuar, mas o Hamas cumpriu amplamente a trégua por quase um ano e não promove atentados suicidas desde agosto de 2004.

Prioridades do Hamas: Provavelmente serão questões como enfrentar a insegurança, a pobreza e falta de saúde que afetam diretamente as vidas dos palestinos.

Paz: Não há perspectiva de retomada das conversações sobre o Estado palestino, interrompidas em 2000. O Hamas disse que não vai reconhecer Israel.