Título: Homicídio cai, seqüestro aumenta
Autor: Camilla Rigi
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/01/2006, Metrópole, p. C1

O número de homicídios no Estado caiu 18,5% de 2004 para 2005, enquanto o de seqüestros subiu quase na mesma proporção - alta de 18,7%, concentrada no interior. Divulgados ontem pela Secretaria da Segurança, os dados mostram que houve 133 seqüestros no ano passado, ante 112 em 2004. "É um trabalho a mais que vamos ter que fazer para resolver isso e vamos analisar caso a caso", disse o governador Geraldo Alckmin, que comemorou o recuo nos casos de homicídio doloso (intencional), de 8.934 para 7.276.

Alckmin e o secretário de Segurança, Saulo Abreu, afirmaram que não há indícios de que grandes quadrilhas estejam por trás do aumento dos seqüestros. "O ladrão fica um tempo com a pessoa e, quando não consegue o dinheiro do caixa eletrônico, ele passa para a extorsão", afirmou Saulo. "O tempo de cativeiro caiu de 11 para 7 dias e os valores exigidos no resgate também baixaram, de R$ 550 mil para R$ 340 mil", disse o coordenador de Análise e Planejamento da secretaria, Túlio Kahn.

Os dados da secretaria indicam que houve 39 seqüestros no interior em 2005, ante 21 no ano anterior. Na Grande São Paulo, foram 26 casos no ano passado, 10 a mais que em 2004. Na capital houve queda no ano passado para 68 ocorrências, ante as 75 de 2004. Mas mesmo na cidade ocorreu aumento no último trimestre de 2005 em comparação com o mesmo período de 2004: de 18 para 22.

Em relação aos outros tipos de crime incluídos no balanço do Estado, houve em 2005 queda de 20,35% nos casos de latrocínio; de 2,08% nos estupros; de 2,17% nos roubos; e de 1,5% nos furtos. O número de pessoas mortas em confronto com a polícia também caiu, de 28 para 26 casos. Os delitos nos quais ocorreu aumento foram: furto de veículos (1,38%) roubo de carga (1,09%); tráfico de drogas (13,36%); lesão corporal dolosa (5,80%); lesão corporal em acidente de trânsito (6,07%); homicídio em acidente de trânsito (1,86%); e outros tipos de homicídio sem intenção (13,15%).

O índice de homicídios é o menor da série histórica do Estado. Em 1996, quando ela foi iniciada, aconteceram 10.447 casos. O número aumentou ano a ano até 1999, quando ocorreu o recorde de 12.818 mortes. Só a partir de 2000 começou a haver queda dos índices.

Na capital, o total de homicídios caiu de 3.404 em 2004 para 2.576. Só em 6 dos 84 distritos policiais houve aumento nos casos - Pinheiros, Ibirapuera, Paulista, Campo Limpo, Parque São Jorge e Jardim Taboão. O delegado-assistente do 14º DP, em Pinheiros, Marcel Luiz de Campos, disse que não há um motivo específico para o crescimento de homicídios e contestou o dado da secretaria - segundo ele, houve 15 casos na região em 2005, e não 16, como o governo do Estado divulgou. "Tivemos crimes passionais, rixas, brigas em bar e entre camelôs e moradores de rua. Não há um foco de violência."