Título: Federais terão 2 mil novos professores
Autor: Ricardo Westin
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2006, Vida&, p. A12

A esperada portaria que abre 2.250 vagas para professores nas universidades federais já foi assinada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e deve ser publicada no Diário Oficial da União de amanhã.

Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que possivelmente tentará a reeleição, cumpre a promessa feita no ano passado de contratar 4 mil professores. A portaria com as outras 1.750, destinadas às instituições recém-criadas e aos novos campus das que já existem, foi publicada em dezembro.

Cada universidade ainda não sabe qual será a sua fatia desse bolo de 2.250 vagas. Apesar do alívio, os reitores encaram as novas contratações como um "band-aid". De acordo com um levantamento feito pelo Estado, só nas dez maiores instituições, o déficit é de 4 mil professores. Segundo a associação dos reitores (Andifes), as 55 federais precisam de 8 mil docentes.

"Em dez anos, a UnB dobrou o número de alunos, mas o de professores diminuiu 3%", afirma o reitor da Universidade de Brasília, Timothy Martin Mulholland, que calcula em 300 o déficit de professores. Na hipótese de as 2.250 vagas serem divididas igualmente entre as 55 federais, cada uma teria 41.

A Andifes esperava ao menos 4 mil vagas para preencher o buraco deixado nos últimos anos pelas mortes, demissões e aposentadorias de professores. Segundo a associação, as federais tinham 51 mil docentes efetivos em 1994. Hoje, mesmo com a expansão da rede, têm 42 mil. O buraco é coberto de tempos em tempos pela contratação de professores substitutos.

O secretário de Educação Superior do MEC, Nelson Maculan, diz que os números da Andifes precisam ser "discutidos com detalhe". "Não estou de acordo com eles."