Título: No embalo do Fed, Bolsa bate todos os investimentos
Autor: Paulo Pinheiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2006, Economia & Negócios, p. B3

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentou excelente desempenho em janeiro, com valorização de 14,73%, e atingiu o topo do ranking das aplicações. Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, a valorização da Bolsa decorre do aumento da percepção de alta dos juros nos Estados Unidos, que chegariam à faixa de 4,75% a 5% ao ano nos próximos meses, o que provocou forte elevação nas Bolsas mundiais.

Em busca de melhores rentabilidades, os investidores estrangeiros invadiram os mercados emergentes, especialmente o Brasil. O balanço da negociação dos estrangeiros na Bovespa, nos 20 primeiros dias de janeiro, está positivo em R$ 1,7 bilhão, resultado de compras de R$ 11,4 bilhões e de vendas de ações no valor de R$ 9,8 bilhões.

A segunda posição do ranking foi sustentada pelo ouro. O grama do metal negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) subiu 5,70%. De acordo com Colombo, o ouro continua apresentando alta forte no mercado internacional. Para ele, do mesmo modo que os fundos cambiais, o ouro é uma opção conservadora ainda atraente para a diversificação dos investimentos.

As posições seguintes foram ocupadas pelas aplicações em renda fixa. A mais rentável, entre as opções de investimento remuneradas por taxas de juros, foi o CDB para valores superiores a R$ 100 mil, com rendimento médio bruto de 1,37%, seguido pelos fundos DI e de renda fixa, ambos com 1,24%, também bruto.

A caderneta de poupança, com rentabilidade de 0,73%, foi a única opção de renda fixa abaixo da inflação calculada pelo IGP-M de 0,92% em janeiro.

O dólar comercial não escapou, mais uma vez, da última colocação da corrida dos investimentos, com desvalorização de 4,73% em janeiro. O principal motivo do recuo foi a redução na oferta de contratos nos leilões de swap cambial reverso promovidos pelo Banco Central.