Título: Na Grande SP, menor desemprego desde 98
Autor: Jander Ramon
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2006, Economia & Negócios, p. B4

A taxa de desemprego nos 39 municípios que formam a região metropolitana de São Paulo, ficou em 16,9% da População Economicamente Ativa (PEA), em 2005, e recuou em relação aos 18,7% de 2004. O resultado foi divulgado ontem pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística, Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e revela o mais baixo nível de desemprego na região desde 1998.

Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), foram criados 260 mil postos no ano passado na região, enquanto a oferta de trabalho foi ampliada em 97 mil pessoas, reduzindo em 163 mil pessoas o contingente de desempregados, que diminuiu para 1,69 milhão de pessoas.

A mesma pesquisa indica que o rendimento médio dos ocupados e dos assalariados apresentou relativa estabilidade: entre os ocupados, caiu 0,4%, passando a equivaler a R$ 1.060; entre os assalariados, subiu 0,6%, correspondendo agora a R$ 1.136. A massa de rendimentos dos ocupados cresceu 2,7%, enquanto a de assalariados subiu 5,2%.

A PED indica que o crescimento de 3,2% do nível ocupacional em 2005 foi puxado pelo setor de serviços, com a criação de 138 mil postos de trabalho. A indústria criou 83 mil vagas e o comércio, 34 mil. Os demais setores, entre os quais se destacam os serviços domésticos e a construção civil, criaram 5 mil empregos.

DEZEMBRO

Em dezembro de 2005, a taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo ficou em 15,8% da PEA, apresentando queda em relação aos 16,4% de novembro. Segundo a Fundação Seade e o Dieese, foi a menor taxa de desemprego para o mês de dezembro desde 1997.

O movimento de redução foi qualificado como "típico do período" e resultou da criação de 163 mil ocupações, enquanto 122 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho.O contingente de desempregados na Grande São Paulo em dezembro foi estimado em 1,6 milhão de pessoas.

Em dezembro, foram criados 94 mil postos de trabalho em serviços, 24 mil na indústria e 44 mil nos chamados "outros setores" (principalmente construção civil e serviços domésticos). No comércio houve relativa estabilidade, com oscilação de 0,1%, o que representou a criação de mil postos de trabalho.

Em novembro, houve crescimento dos rendimentos reais de ocupados e assalariados, de 0,6% e 1%, respectivamente, que passaram a equivaler a R$ 1.072,22, para os ocupados e R$ 1.153 para os assalariados.

FORA DA FILA

Aos 19 anos, Thiago de Jesus conseguiu o seu primeiro registro em carteira como atendente da rede de fast food Giraffas e deixou, literalmente, a fila do emprego. Durante quatro meses ele enfrentou longas jornadas no Centro de Solidariedade, da Força Sindical, em busca de um trabalho. "Saía de casa às 3 da manhã porque as vagas eram por ordem de chegada, e mesmo assim não conseguia."

"Vou ganhar pelo menos R$ 350 aqui e pretendo voltar aos estudos, já que parei de estudar no primeiro colegial." Com o dinheiro, ele vai manter casa em que vive, com a mãe desempregada e duas irmãs mais novas.

Sua colega de trabalho, Elicleide Santos, também comemora o novo emprego. Ela ficou dois meses parada depois de ter terminado seu estágio no programa Primeiro Emprego, do governo federal. "Está difícil conseguir algo, pois pedem experiência e sou jovem."