Título: Gás está mais caro em São Paulo
Autor: Teresa Navarro
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2006, Economia & Negócios, p. B7

Desde a meia-noite, o gás natural está mais caro em São Paulo. O porcentual de aumento não será igual para todos, dependendo do volume de consumo e da classe em que o consumidor está enquadrado. O residencial pagará entre 7% e 9% a mais pelo gás, enquanto a indústria terá reajuste entre 12,64% e 17,9%. Nos postos, o gás natural veicular (GNV) deve ter alta, em média, de 6%. Esses repasses refletem os 3 aumentos praticados pela Petrobrás no combustível vendido para as distribuidoras desde setembro, que acumulados chegam a 41,79%. Um novo reajuste para o consumidor paulista está previsto para maio, mas em porcentual bem menor.

Cada uma das três distribuidoras de São Paulo - Comgás, Gás Natural São Paulo Sul e Brasiliano - teve um percentual específico autorizado para repassar aos clientes. A Comgás, que fornece mais de 90% do gás consumido no Estado, aplicará um aumento de 11,85% para o GNV vendido aos postos, o que resultará em alta para o consumidor de 6%, na média. No caso dos consumidores residenciais o reajuste será entre 7% e 9%, e para os industriais entre 12,64% e 14,45%.

Diferentemente de outros Estados, em São Paulo a agência reguladora do setor, a Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), não permite o repasse imediato dos aumentos praticados pela Petrobrás. A alta de custo das distribuidoras é lançada numa conta e só pode ser repassada uma vez por ano. A Brasiliano teve o reajuste autorizado em dezembro, mas a Comgás e a Gás Natural São Paulo Sul, só poderiam reajustar a tarifa em 31 de maio. A CSPE antecipou parte do reajuste em razão dos aumentos praticados pela Petrobrás.

"Foi a única forma de mantermos o equilíbrio econômico e financeiro das empresas", diz Zevi Kann, comissário-chefe da CSPE.

Desde que a Petrobrás anunciou a mudança na sua política de preços, com repasses trimestrais da cotação do gás importado da Bolívia, já foram aplicados três aumentos no preço cobrado das distribuidoras. O primeiro em setembro, de 13%; o segundo em novembro, de 10%; e em janeiro foram mais 14%.

No reajuste de fevereiro das distribuidoras para o consumidor será repassado apenas o impacto dos aumentos do gás natural praticado pela Petrobrás. Por esta razão, os porcentuais não serão iguais. Para o consumidor industrial de médio porte, aquele que consome 100 mil m3 por mês, o reajuste na Comgás será de 12,64%, e na Gás Natural, de 14,5%. Já para a indústria com grande consumo, acima de 1 milhão de m3 por mês, os preços subirão 14,45% na Comgás e 17,9% na Gás Natural. No caso do consumidor residencial, a alta será entre 7% e 9% na Comgás e de 7,28% na Gás Natural.

A hipótese de o reajuste de maio ser maior não está descartada. "Tudo vai depender da Petrobrás", afirma Kann.