Título: Dos 7 acusados em Rondônia, 1 renunciou e 6 se livraram
Autor: Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/01/2006, Nacional, p. A12

Emílio Paulista (PMDB) foi o único a ficar sem mandato depois que sete deputados estaduais de Rondônia apareceram no Fantástico, da TV Globo, pedindo R$ 50 mil por mês ao governador Ivo Cassol (PPS) para apoiá-lo na Assembléia. Paulista renunciou porque temia ser cassado. A comissão da Assembléia que apurava o caso inocentou dois deputados e quatro foram absolvidos pelo plenário.

Em 15 de maio, quando o Fantástico divulgou a primeira reportagem, houve violenta manifestação em Porto Velho. A Assembléia foi apedrejada. Houve mais protestos nos dias seguintes. Por isso a cassação dos denunciados era tida como certa.

A investigação da Polícia Federal envolveu mais deputados na denúncia. Mas os protestos foram cessando quando se constatou que três dos quatro deputados do PT ultrapassaram a cota de gastos com assessores. As entidades que coordenavam os protestos eram ligadas ao PT.

A comissão do Senado que apura denúncias de corrupção no Estado pediu o afastamento de 23 dos 24 deputados. Só Neri Firigolo (PT) provou que gastava com assessores o teto permitido. A comissão propôs que ele assumisse a presidência da Assembléia, afastasse os colegas e convocasse os suplentes. Mas foram divulgadas procurações em seu nome assinadas por servidores lotados em seu gabinete. Ele estava recebendo os salários. Seu gabinete alegou que os assessores moravam no interior e Firigolo recebia o dinheiro para repassar a eles.

Em Rondônia, tudo terminou em pizza. A Assembléia absolveu os deputados, pondo sob suspeita o material exibido pelo Fantástico. Também arquivou processo contra Cassol, por irregularidades. A investigação da PF não teve resultados.