Título: Ex-diretor da estatal nega ter feito repasses
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2006, Nacional, p. A10

O ex-diretor de Furnas Dimas Toledo negou ontem que tivesse repassado qualquer dinheiro, como doação de campanha, para o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ele disse ainda que não elaborou nenhuma lista detalhando repasses de recursos para parlamentares, no esquema de caixa 2. Em nota oficial, afirmou que nunca intermediou doações para campanhas.

"A existência de suposta xerox de cópia autenticada de pretenso original de lista com relação de beneficiários de doações para a campanha de 2002, cuja autoria é atribuída à minha pessoa, somente chegou a meu conhecimento por meio da imprensa", disse. "Posso afirmar com absoluta certeza que a referida relação é material e ideologicamente falsa, dado que jamais elaborei ou subscrevi documento dessa natureza, tampouco intermediei doações para campanhas políticas."

Na nota, Dimas afirma ainda que praticamente não tinha contato com Jefferson. "Embora já o conhecesse anteriormente de nome, estive pessoalmente com o deputado cassado Roberto Jefferson uma única vez, em abril do ano passado. Nunca estive em seu gabinete, muito menos com o propósito de lhe repassar valores a título de doação para campanha eleitoral."

Ele diz que nunca teve acesso oficial ao documento. "Tão logo tenha acesso às declarações do ex-deputado e demais documentos que instruem a investigação, adotarei as medidas de natureza civil e criminal cabíveis."

INDICAÇÃO

O nome de Dimas entrou no centro de uma polêmica no ano passado. O governo já teria decidido substituí-lo na direção de Furnas em maio, porque ele seria apadrinhado do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Jefferson contou em junho que o presidente Lula havia pedido que o PTB fizesse a indicação do novo nome. Ainda segundo Jefferson, a indicação foi feita e aceita, mas, na última hora, a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, hoje na Casa Civil, barrou a nomeação do técnico Francisco Pimentel.

Em junho, depois das denúncias de Jefferson de que haveria esquema de desvio de dinheiro de Furnas para o PT, Dimas deixou o cargo.