Título: Alckmin deixa dúvidas sobre saída em março
Autor: Fausto Macedo e Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2006, Nacional, p. A10

Um dos dois pré-candidatos tucanos à Presidência, o governador Geraldo Alckmin fez ontem declarações contraditórias sobre a decisão já anunciada de deixar o cargo até 31 de março - limite para desincompatibilização de quem pretende disputar a eleição deste ano. Após solenidade na Assembléia, quando indagado se deixaria mesmo o posto nessa data, ele respondeu: "Provavelmente." À noite, porém, o tom foi outro: "Não mudei nada, deixo o governo no dia 30 de março."

Após o comentário na Assembléia, o governador foi cercado pelos jornalistas, que indagaram se ele estava dando sinais da retirada da candidatura. Ele respondeu, por duas vezes, enigmático: "Aguardem."

As declarações do governador foram feitas no mesmo dia em que circularam informações de que a cúpula tucana havia decidido que o prefeito de São Paulo, José Serra, será o candidato à Presidência. Também ontem, Serra potencializou o discurso, falando como candidato.

"Não tem absolutamente nada disso", frisou o governador, insistindo em que não há definição sobre o nome do PSDB. Alckmin classificou como "fofoca pura" e "plantação de notícias" as informações sobre a suposta escolha de Serra. Ressalvando que não haverá disputa "nem decepção" no partido, o governador observou que "não é demérito para quem não for escolhido". "Tudo tem seu tempo."

À noite, depois de participar da abertura do ano judiciário, na sede do Tribunal de Justiça, o governador fez a retificação, negando mudanças de plano. "Eu queria até corrigir. Acho que tive uma interpretação equivocada na Assembléia. Não mudei nada do que disse anteriormente. Meu nome está à disposição do partido, sou pré-candidato. Deixo o governo no dia 30 de março. Não mudei nada. Deixo o governo para disputar a eleição presidencial."