Título: ACM acusa petistas de assassinato de Celso Daniel
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2006, País, p. A2

Senador baiano parte para o ataque em discussão com Aloízio Mercadante

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) bateram boca ontem no plenário do Senado, sobre o assassinato do prefeito petista Celso Daniel. ACM disse na tribuna que os petistas mandaram matar os prefeitos Celso Daniel e Toninho do PT, de Campinas. A briga começou com uma discussão sobre o veto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) - pré-candidato à Presidência - ao projeto de proibição dos caça-níqueis no estado.

- O que está aborrecendo o senador Mercadante é que a CPI dos Bingos está realmente desmascarando todos os atos lesivos ao país, acobertados pelo PT, até mesmo os crimes praticados pelos petistas, como está muito claro o assassinato do Celso Daniel e do Toninho de Campinas - disse ACM.

O senador baiano fez acusações sobre a morte do legista Carlos Delmonte Printes, que defendia a tese de que o prefeito de Santo André foi torturado. Printes foi encontrado morto em seu escritório no ano passado, sob suspeita de suicídio. ACM acrescentou que a CPI ouvirá o depoimento de outro legista que acompanhou o caso, Paulo Vasques.

- Vamos trazer o legista (Paulo Vasques) para depor. Um (legista) vocês já conseguiram matar - afirmou.

ACM foi interrompido por Mercadante, que pediu um aparte. Como a palavra não foi dada, Mercadante passou para o ataque, dizendo que essa era uma acusação inaceitável e gritando: ''Vocês mataram quem? Quem matou? Está mencionando meu envolvimento em alguma questão?''

- Eu não estou dizendo que vossa excelência matou ninguém não. Estou dizendo que os seus correligionários mataram - respondeu ACM.

O bate-boca aumentou com ACM dizendo que o PT estaria encobrindo os crimes. Hoje é o quarto aniversário do assassinato de Daniel. Em setembro de 2001, Toninho do PT foi morto em um suposto assalto.

Mercadante disse que não aceitava esse tipo de acusação, pois conhecia e convivia com Celso Daniel antes mesmo da fundação do PT, quando os dois eram professores universitários nos anos 1970. O petista reafirmou que tem todo o interesse nas investigações e que tudo seja apurado em relação aos dois crimes.

A discussão começou quando Mercadante leu em plenário uma carta do deputado estadual paulista Romeu Tuma Júnior (PMDB), criticando Alckmin sobre a lei proibia máquinas de caça-níqueis, que havia sido aprovada pela Assembléia Legislativa.

Para o líder do governo, o tema de caça-níqueis deveria ser discutido pela CPI dos Bingos. Controlada pela oposição, a comissão tem mirado sua artilharia no governo e pessoas próximas ao presidente Lula.

Depois do bate-boca, ACM disse que as críticas não eram pessoais. Mercadante respondeu que o fato de divergirem politicamente não é motivo para ataques e acusações.