Título: PSDB antecipa para início de março definição de candidato à Presidência
Autor: Christiane Samarco e Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2006, Nacional, p. A6

A cúpula do PSDB decidiu antecipar para o início de março a definição do candidato tucano à Presidência, com o apoio do PFL, que participará da chapa indicando o vice. Reunidos ontem em Brasília para analisar o cenário de aumento de popularidade do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes nacionais e líderes dos dois partidos avaliaram que é preciso acelerar a escolha.

O entendimento geral foi de que é ruim deixar Lula correndo sozinho e ganhando espaço. Também houve consenso na autocrítica da estratégia que a oposição tem adotado até agora. ¿Acho que contemporizamos muito com Lula, mas não podemos mais contemporizar de nenhuma maneira¿, admitiu o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Todos avaliaram, ainda, que é preciso abreviar a disputa entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, porque ela desgasta o PSDB.

¿A indefinição da candidatura de oposição está levando Lula a ocupar sozinho todo o espaço da sucessão¿, afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). Segundo ele, todos entenderam que é preciso antecipar a escolha para ¿dar mais nitidez ao processo e estabelecer o embate político¿. Ele destacou que a tarefa de contraditar Lula e estabelecer o embate frontal é do candidato. ¿Os líderes podem sublinhar os fatos e as bobagens que ele fala, mas o enfrentamento direto é com o candidato.

INDIGNAÇÃOM

Dentro desse espírito, o governador Geraldo Alckmin voltou a se apresentar para o ataque. No esforço para conquistar a vaga tucana para disputar a Presidência, Alckmin disse ontem, em São Paulo, que o PT deveria parar de se indignar com as críticas ao governo e corrigir os erros e desvios cometidos. ¿Está mais do que provado que houve desvio de recursos públicos. Está mais do que provado que houve ingerência indevida na gestão. Isso é público, notório, você tem fatos concretos, provados, comprovados. Então o governo deveria se indignar é com o fato e procurar corrigi-lo rapidamente¿, disse Alckmin.

Também de olho na vaga, o prefeito José Serra acusou o governo Lula de usar o ¿estilo marketing¿. ¿Em vez de governar, fazer marketing. Isso a gente sabe como é.¿ Serra defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, segundo ele, vem sofrendo ¿comparações absurdas¿. ¿Ele não está no jogo político-eleitoral¿, afirmou.