Título: Blair fala sobre sanções ao Irã
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2006, Internacional, p. A14

Um potencial aumento nos preços do petróleo não deveria ser motivo para impedir a comunidade internacional de impor sanções contra o Irã, por causa das suspeitas sobre seu programa nuclear, disse ontem o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair. O líder britânico é um dos mais fortes aliados na pressão dos EUA sobre o Irã, acusado de manter um programa secreto para construção de armas atômicas.

O Irã é o quarto maior exportador de petróleo. A decisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de remeter, no sábado, a questão nuclear iraniana para o Conselho de Segurança (CS) da ONU provocou inquietação no mercado de petróleo, num momento em que os preços já estão muito aquecidos (o barril beira os US$ 65)

Falando a uma comissão do Parlamento britânico, Blair ressalvou que o Conselho de Segurança da ONU não tomará nenhuma medida - incluindo sanções - antes de a presidência da AIEA preparar um relatório conclusivo sobre o programa nuclear do país, em março. "Nós ainda não estamos no estágio de concordar sobre o que vamos fazer", disse, descartando ainda a passibilidade de intervenção militar.

Blair indicou ser improvável que os EUA e a Grã-Bretanha decidam impor sanções contra o Irã por contra própria, caso os demais membros do CS não concordem com essa medida. Rússia e China (ler ao lado) são os mais relutantes porque mantêm fortes laços comerciais com o Irã.