Título: Agricultura terá mais R$ 2,5 bi
Autor: Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2006, Economia & Negócios, p. B7

Os agricultores têm disponíveis, desde ontem, R$ 2,56 bilhões em empréstimos para financiar a atual safra, a 2005/06. Segundo o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, a maior parte desses recursos, 80%, será emprestada a juros de 8,75% ao ano.

Haverá ainda R$ 300 milhões para investimentos e R$ 700 milhões para a comercialização da safra que este ano, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), será recorde com 124,403 milhões de toneladas.

As cooperativas de leite terão R$ 160 milhões para operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF), que permite a estocagem do produto. Também para apoio à comercialização, o banco destinará R$ 300 milhões para o arroz e R$ 100 milhões para o café. "Queremos evitar que o produtor tenha de vender a safra em um momento desfavorável de mercado", disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin.

A meta é aplicar R$ 5 bilhões para apoiar a comercialização da safra agrícola no primeiro semestre deste ano. Em 2005, no mesmo período, foram desembolsados R$ 3 bilhões.

Wedekin anunciou um pacote de medidas para apoiar a comercialização de arroz, que inclui realização de leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), operação que permite ao governo subsidiar parte do transporte do produto para as regiões consumidoras. Neste caso, 300 mil toneladas poderão ser transportadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para a regiões Norte e Nordeste.

O ministério, diz Wedekin, pretende comprar diretamente dos produtores até 250 mil toneladas, ao preço de R$ 22 por saca de 50 quilos. O preço de mercado atual é de R$ 19 por saca.

O arroz está merecendo atenção especial do governo porque estimativa da Conab indica queda de 13% na produção do cereal, por causa dos preços baixos no mercado interno. Segundo Wedekin, o governo decidiu intervir na comercialização do produto "para que o preço do arroz caminhe para o valor do mínimo".