Título: PR envia dados sobre aftosa
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2006, Economia & Negócios, p. B7

O secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, entregou ontem ao Ministério da Agricultura dados sobre a movimentação de animais entre as fazendas do Estado e a evolução de rebanhos nas propriedades onde há suspeitas de focos de febre aftosa. Esses dados, além do resultado de avaliações feitas em laboratórios, devem permitir ao ministério informar se há ou não outros focos da doença no Paraná. "Queremos concluir o assunto nos próximos dias", disse um técnico.

Em dezembro, um caso de aftosa foi confirmado na Fazenda Cachoeira, no município de São Sebastião da Amoreira. A comprovação do caso exigiu mais de um mês de investigação. O governo do Estado não aceita o diagnóstico e o dono da propriedade não concorda com o abate.

Há suspeita de focos da doença em fazendas dos municípios de Maringá, Loanda, Amaporã e Grandes Rios. "A vinculação está estabelecida, pois os animais saíram da área de foco de Mato Grosso do Sul para um leilão no Paraná", avaliou um interlocutor.

Pessuti se reuniu ontem com técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério e estava visivelmente irritado. De fora da sala, era possível escutar seus gritos. Ao deixar a reunião, disse que estava ali "para falar da quebra de safra do Paraná por causa da seca e da comercialização de trigo".

Esses assuntos são da competência da Secretaria de Política Agrícola, que fica no prédio principal do ministério. A Defesa Agropecuária ocupa o anexo do prédio. "Quem tem que falar é o ministério. Eu só falo no Paraná", limitou-se a dizer Pessuti.

Para técnicos do Departamento de Defesa Animal, o envio dos documentos é importante. "Estamos mais perto de esclarecer o assunto, mas teremos cautela para não cometer erros", disse.

O encontro não estava marcado e, para alguns interlocutores, a visita da União Européia (UE), na semana passada, pode ter levado o Paraná a agilizar a entrega desses dados. Informalmente, a UE criticou a demora do governo brasileiro em admitir a aftosa no Estado.