Título: Juro cobrado do consumidor é o mais baixo desde outubro
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2006, Economia & Negócios, p. B14

Para Anefac, tendência aponta continuidade da queda da Selic neste ano

Os juros cobrados do consumidor começaram o ano com uma ligeira queda, refletindo a tendência de continuidade de corte na taxa básica, a Selic, e as melhores perspectivas de crescimento econômico para este ano.

Em janeiro, a taxa média paga pelo consumidor ficou em 7,58% ao mês, a menor registrada desde outubro de 2005, com um recuo de 0,01 na comparação com dezembro, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Contabilidade e Administração (Anefac).

De seis linhas de crédito ao consumidor pesquisadas, três registraram queda; duas, alta e uma, estabilidade. A maior retração ocorreu no empréstimo pessoal de financeiras. Em dezembro, a taxa dessa linha de financiamento era de 11,73% ao mês e em janeiro tinha recuado para 11,63%.

No cheque especial, os encargos também recuaram de 8,24% em dezembro para 8,21% no mês passado. Já no cartão de crédito,a redução foi marginal, de apenas 0,01 ponto porcentual.

CAUTELA

"Está em curso um processo de queda dos juros, mas ainda em ritmo muito lento", diz o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. Segundo ele, os bancos ainda estão cautelosos por causa da elevação da inadimplência nesta época do ano.

Ele lembra que, em meses anteriores, bancos chegaram anunciar corte dos juros antes mesmo de o governo reduzir a taxa básica. No mês passado, porém, a cautela voltou a predominar, embora a tendência seja de continuidade de redução dos juros.

De acordo com a pesquisa da Anefac, os juros na linha de empréstimo pessoal oferecida pelos bancos aumentou 0,05 ponto porcentual de dezembro para janeiro, de 5,70% para 5,75% ao mês.

Ribeiro de Oliveira argumenta que a demanda por crédito cresceu para bancar despesas com impostos e material escolar. Já o acréscimo de 0,02 ponto porcentual no Crédito Direto ao Consumidor dos bancos reflete o mercado aquecido de veículos. No comércio, porém, os juros ficaram estáveis em 6,15% ao mês.