Título: Preço do gás boliviano terá aumento uniforme
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2006, Economia & Negócios, p. B3

O governo boliviano ratificou ontem a decisão de aumentar, de forma uniforme, os preços do gás natural cobrados do Brasil e da Argentina por considerar que os preços atuais são "injustos". A decisão foi anunciada pelo ministro de Hidrocarburos, Andrés Soliz, e pelo presidente da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado.

Atualmente, o Brasil paga pelo gás boliviano US$ 3,23 por milhão de BTU (unidade térmica britânica, na sigla em inglês); a Argentina, US$ 3,18. "A Bolívia tem todo o direito de negociar com os países a quem vendemos nosso gás para pedir preços mais justos", disse Alvarado. Segundo Soliz, a nova administração do país se baseia no fato de que "o preço atual é injusto e necessariamente tem de ser revisado".

Soliz acrescentou que terá cuidado com as negociações com o Brasil para que a oferta da Petrobrás para instalação de uma petroquímica na fronteira com o Bolívia não seja relacionada a um possível congelamento dos preços do gás. "Sempre temos grandes ofertas futuras mas, no presente, trata-se de impor à Bolívia preços desvantajosos. Por isso temos cuidado e queremos continuar tendo no futuro."

O ministro, porém, assegurou que os preços só serão fixados depois de acertadas as mudanças no setor de hidrocarbonetos.