Título: Paraná tem mais seis casos de aftosa
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2006, Economia & Negócios, p. B4

Depois de quase quatro meses de indefinição, o Ministério da Agricultura confirmou ontem mais seis casos de febre aftosa no Paraná, elevando para 40 o total no País desde 2005. Os novos casos surgiram nos municípios de Bela Vista do Paraíso, Grandes Rios, Maringá e Loanda. Nenhum ocorreu fora das áreas em que a doença já havia sido detectada.

"Esses focos envolvem fazendas já interditadas pelo serviço veterinário estadual, pois desde novembro não foram identificadas novas suspeitas no Paraná", disse o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel.

Os seis focos se referem a animais que fazem parte de um rebanho estimado em 4,5 mil animais. O ministério já autorizou o governo do Estado a sacrificar os animais. A expectativa do ministério é que o diagnóstico dos novos casos facilite a reabertura de mercados para a carne brasileira.

No total, 56 países embargaram de forma parcial ou integral as importações do Brasil. A demora do governo em confirmar ou desmentir novos casos no Paraná é apontada por vários países como justificativa para manter suspenso o comércio de carnes com o Brasil.

O ministério lembrou que, para esclarecer as suspeitas de aftosa no Paraná, a pasta e a Secretaria Estadual de Agricultura fizeram "exaustiva" investigação epidemiológica em dez propriedades do Estado, todas vinculadas com o foco registrado em Mato Grosso do Sul. A investigação foi feita com apoio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa.

O governo do Paraná divulgou nota oficial no início da noite afirmando que "a Secretaria da Agricultura está tomando todas as medidas de caráter sanitário para, o mais rapidamente possível, juntamente com o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuáriae o Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná, restituir a condição sanitária de zona livre de febre aftosa, com vacinação".

A nota, em tom diplomático, reafirma a posição do Paraná de não aceitar a contaminação do rebanho do Estado. "Durante o período das investigações, ou seja, 122 dias", observa a nota, "nenhum animal adoeceu ou morreu no Paraná e mais nenhuma suspeita da doença foi detectada no Estado.

Mesmo assim, o ministério resolveu notificar focos com base na sorologia e nos preceitos do Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)".

ARGENTINA

O serviço sanitário da Argentina finalizou o sacrifício de todos os animais de uma fazenda na Província de Corrientes onde há duas semanas foi detectado um foco de febre aftosa, confirmaram ontem fontes oficiais.

A doença foi detectada na fazenda San Juan, no departamento San Luis del Palmar (Corrientes), a 25 quilômetros da fronteira com o Paraguai. Foram sacrificados 70 bois que contraíram a doença e outros 747 bovinos da raça Bradford que estiveram em contato com os animais infectados, apesar de análises terem concluído que estes últimos não tinham sido contagiados.

Após o anúncio da detecção do foco no último dia 8, as autoridades sanitárias declararam estado de emergência sanitária em todo o país.