Título: PT acusa Ônix apesar de assinatura questionada
Autor: Tânia Monteiro e Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/02/2006, Nacional, p. A5

O ex-presidente do PT Tarso Genro contestou ontem o laudo da Polícia Civil do Distrito Federal que afirma ser falsa a sua assinatura na representação enviada ao Conselho de Ética pedindo a cassação do deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS). "Neste caso, eu e o PT é que somos vítimas de uma falsificação. Exijo, peço e solicito que isso seja investigado", disse Tarso, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Nordeste.

Tarso foi ministro da Educação e deve retornar à Esplanada, mas em outra pasta, com a reforma a ser feita por Lula até 31 de março - prazo legal para a saída daqueles que vão disputar as eleições de outubro. O ex-ministro suspeita de que o caso da assinatura seja uma "armação" para prejudicar a imagem do PT.

Este é o terceiro laudo de peritos criminais concluindo que a rubrica de Tarso é falsa. Foi assinado pelas peritas Ivete Silva Rocha e Albaniza Montenegro. "O documento que saiu de São Paulo foi com a minha assinatura e o que foi analisado deve ter sido outro. Eu só posso concluir que alguém tirou a última página do documento, pois asseguro que assinei a representação", reafirmou Tarso.

"De qualquer forma, o ato de representação contra Ônix Lorenzoni não é do Tarso: é do PT. E não mudou nada na nossa disposição de cassar o seu mandato", completou o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP).

DIRCEU

O PT pediu a cassação de Lorenzoni, no ano passado, alegando que ele divulgou documentos sigilosos do então deputado José Dirceu (SP), cassado pela Câmara. Lorenzoni nega que tenha ferido o decoro parlamentar. Argumenta que, na época, apenas questionou como Dirceu havia quitado uma dívida de R$ 14,3 mil com o PT, já que o dinheiro era do Fundo Partidário.