Título: Meta do grupo é ser o mais rentável da Europa
Autor: Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2006, Economia & Negócios, p. B14

O presidente do grupo Renault, Carlos Ghosn, apresentou ontem um ambicioso plano de crescimento que pretende transformar a montadora francesa na mais rentável da Europa até 2009. Seu discurso, de improviso, durou apenas meia hora, mais do que suficiente para apresentar a nova estratégia do grupo, batizada de "Contrato 2009". Com uma política agressiva de redução de custos e aumento de produtividade sem demissões, Ghosn promete ampliar a margem de lucro da empresa de 2,5% (2005) para 6% em 2009, resultado nunca antes atingido. Os dividendos aos acionistas serão aumentados de forma linear e gradual, de 1,8 por ação para 4,5 por ação em 2009.

Ao contrário de seu antecessor, Ghosn decidiu apostar nos carros mais luxuosos. Serão 26 novos produtos até 2009, o dobro do atual ritmo de lançamentos. Destes, pelo menos cinco serão modelos luxuosos, contribuindo para dobrar as vendas da empresa no segmento. Uma das metas mais importantes no que se refere a produto é posicionar o novo modelo Laguna, a ser lançado em 2007, entre os três melhores de seu segmento em qualidade de produto e de serviço. A empresa também pretende entrar em segmentos em que ainda não está presente, como utilitários esportivos, 4x4, crossovers e veículos de nicho. O objetivo é aumentar as vendas em 800 mil veículos no período, para 3,3 milhões de unidades.

A participação das subsidiárias na receita total também deve crescer. O volume das vendas fora da Europa passará de 27% para 35 % em 2009. O discurso de Ghosn aliviou os 130 mil funcionários do grupo, pois em nenhum momento ele anunciou uma redução dos efetivos, apesar de prometer reduzir custos de produção em 12% e de compras em 14%.

A empresa anunciou ainda ter registrado um lucro de 3,37 bilhões no ano passado - dos quais 2,28 bilhões vieram da Nissan. Em 2004, o lucro foi de 2,84 bilhões. A receita do grupo, no entanto, cresceu apenas 1,9% em 2005, chegando a 41,3 bilhões.