Título: 'Não defendo carreira política, eu defendo a minha honra'
Autor: Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/03/2006, Nacional, p. A10

Roberto Brant (PFL-MG), deputado

O deputado Roberto Brant está decidido a deixar a política, mesmo que seja absolvido. Em entrevista por telefone na quarta-feira, ele disse que, na discussão sobre sua cassação, defende sua honra.

O senhor sempre pediu pressa na votação do processo. Demorou?

Nesse processo, não influí em coisa nenhuma, nunca fiz recurso nenhum. Eu queria que acontecesse (a votação) há muito mais tempo.

Por que o senhor não contratou um advogado, como os demais?

Estou defendendo minha honra. Advogado vai defender minha honra? Não estou defendendo carreira política. É uma coisa abstrata que só interessa a mim mesmo.

Como o senhor avalia a condução do seu processo no conselho?

Foi um absurdo sem limites. Na minha defesa pessoal, no plenário, vou dizer o que acho disso tudo.

E o que o senhor acha?

A verdade é que as pessoas nem leram os papéis do processo. São centenas de páginas. O relator é uma pessoa basicamente correta. Ele não mascarou nada, mas acho que errou na interpretação.

O conselho tem sido justo?

Estão procurando outras coisas, não sei se é a justiça. Há um núcleo dominante, com o presidente, que viu ali uma oportunidade. É cruel do ponto de vista humano, mas trivial na política.

Que tipo de oportunidade?

Cada um entra no ano de eleições pensando no futuro. Se agarra às oportunidades.

O senhor vai abandonar a política mesmo se for absolvido?

Para mim, o ser humano é coisa muito importante, por isso estou deixando a política. Quando você se vê insignificante...