Título: Fipe mostra deflação de 0,03% em fevereiro
Autor: Francisco Carlos de Assis
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2006, Economia & Negócios, p. B3

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de fevereiro é o mais baixo para um mês fechado desde agosto de 2005 na cidade de São Paulo. Na média, os preços tiveram deflação de 0,03%. Em agosto de 2005, a redução foi de 0,20%. Em janeiro deste ano, o IPC-Fipe subiu 0,5%. Para o coordenador do IPC da Fipe, Paulo Picchetti, o custo de vida dos paulistanos subirá 0,3% em março e 4,5% no ano.

Os indicadores resultantes da desagregação do IPC mostram que a tendência da inflação no médio prazo, apesar das altas pontuais de começo de ano, é de convergência para o centro da meta, de 4,5%, balizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O índice de fevereiro ficou dentro das expectativas dos analistas. Também ficou em linha com a previsão de Picchetti, que esperava 0% para a inflação dos 525 itens (produtos e serviços) pesquisados "O que importa não é tanto o número, mas a tendência. Já era sabido que a alta dos preços no início do mês passado não se sustentaria", diz ele.

Os protagonistas da inflação em fevereiro foram os alimentos (queda de 0,22%) e os combustíveis. A gasolina ficou praticamente estável (0,07%), mas o álcool subiu 4,2%. "Mas esses aumentos ainda incluem a primeira semana de março, quando foram verificados os maiores índices de reajustes dos preços", alerta Picchetti.

No grupo alimentação, os derivados do leite ficaram 1,1% mais baratos no período, os da carne, 1,37%, e os panificados, 0,62%. No caso das carnes e dos panificados, há uma contribuição significativa do dólar, além do reflexo da maior oferta de carne no mercado interno.

Os alimentos semi-elaborados despencaram 1,41%, pressionados pelos preços das carnes. Os preços das carnes bovinas caíram 3,02%, o das as suínas, 5,57%, a das aves, 7,63%.