Título: 'A indústria nunca vendeu carro flex como a álcool', diz vice-presidente da GM
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2006, Economia & Negócios, p. B11

"A indústria nunca vendeu o carro flex como carro a álcool", disse o vice-presidente da General Motors, José Carlos Pinheiro Neto, respondendo às confusões entre consumidores que desconhecem a tecnologia e afirmam terem sido enganados. Circunstancialmente, disse ele, o álcool é mais barato e, em várias regiões do País, é mais econômico que a gasolina.

Segundo Pinheiro Neto, com o carro flex o consumidor não fica preso a um único combustível,com o risco de deixar o carro na garagem, como ocorreu na época do Proálcool. "Antes, o consumidor precisava decidir que carro iria comprar, se a álcool, a gasolina ou a gás. Hoje, ele pode comprar o veículo e usar qualquer um dos três", disse o executivo da General Motors, referindo-se também aos modelos tricombustíveis.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, disse entender a frustração atual do consumidor que adquiriu um carro bicombustível "porque achava que ia economizar mais com o uso do álcool". Mas insistiu que a vantagem da tecnologia é justamente a possibilidade de escolha entre o álcool ou gasolina.

BALANÇO

O mercado de carros flex não se retraiu com a alta do preço do álcool. Em fevereiro, 76,6% dos automóveis vendidos no País eram bicombustíveis, ante 72,8% em janeiro. Mesmo que o consumidor queira um modelo movido com um único combustível, terá dificuldade em encontrar. Hoje, as grandes montadoras lançam produtos apenas na versão flex, caso da GM, que tem 100% da linha de modelos nacionais com essa tecnologia, e da Volkswagen, que só não dispõe ainda do Golf flex.

Na concessionária Volkswagen Primo Rossi, mesmo no segmento de usados o consumidor tem dado preferência ao flex, diz Vittorio Rossi. "Na hora da revenda, ele tem valorização maior". A diferença de um Gol 2003 a gasolina para um flex é de R$ 1 mil.