Título: Brasil pagará seguro de vida de US$ 1 milhão para Marcos Pontes
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2006, Vida&, p. A20

O governo brasileiro bancará um seguro de vida de US$ 1 milhão para o astronauta Marcos Pontes. Ele, porém, afirma que conseguiu sobreviver a todas as simulações de situações críticas realizadas nas réplicas da nave russa em sua última fase de treinamento. "Não morri nenhuma vez nos testes", afirma Pontes. Ele admite que, durante sua preparação na Nasa, nos últimos anos, morreu em duas simulações.

O astronauta admite que sua preparação "ainda não está no ponto ideal". "Preciso ainda realizar treinamentos de sobrevivência na água e testar até os experimentos científicos que farei no espaço", diz. Mas aposta na segurança da nave Soyuz. Até hoje, só quatro astronautas morreram em missões russas, ante um número bem maior no caso dos americanos.

Pontes conta que os treinamentos incluem simulações de situações possíveis, inclusive o pouso de volta à Terra em locais com grupos hostis. "Por isso, levamos uma arma na nave", conta.

Além do seguro de vida, o governo terá de assinar um contrato contra eventuais acidentes que Pontes provoque em equipamentos no espaço. O Instituto Brasileiro de Resseguros está avaliando a legalidade dos contratos.

Nem o número da missão assusta os astronautas. A missão é a 13.ª a ir para a ISS. Pontes, porém, não faz parte oficialmente dessa missão, pois não ficará na estação. Isso ocorrerá apenas com o americano Jeffrey Williams e o russo Vinogradov, que não retornarão com ele. "Como não vou ficar na ISS, não sou da Missão 13, mas da 12,5", ironiza o brasileiro.