Título: Da Terra ao cogumelo nuclear
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2006, Internacional, p. A18,19

A base da bomba atômica é um mineral chamado urânio 235, ou U-235, que, transformado em combustível, é usado também nas usinas nucleares geradoras de eletricidade.

Do minério de urânio é feito o yellow cake, que ainda é uma forma inofensiva e quase natural do minério.

Para se obter combustível, o urânio é enriquecido em 3% a 5% de radiatividade por meio de processos variáveis e complexos.

Para uma bomba nuclear, o enriquecimento é de 90%, o que exige procedimento muito sofisticado e difícil de ocultar.

A diferença entre 3% e 90% de enriquecimento se reflete no tamanho da instalação industrial e do tipo de equipamento. Urânio enriquecido a mais de 50% é indício de pretensões de uso militar.

Tendo urânio enriquecido, é relativamente fácil fazer uma bomba. Na versão mais simples a explosão é o resultado do choque entre duas metades de uma esfera feita de U-235.

A maior dificuldade técnica é promover a junção dos dois hemisférios. O emprego militar implica tecnologia da miniaturização do artefato, e capacidade de estocar, transportar e lançar a bomba.