Título: Centros públicos não dão conta da demanda
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2006, Vida&, p. A16

Especialistas estimam que, todos os anos, a infertilidade seja diagnosticada em 300 mil casais. Um terço deles precisa recorrer a técnicas de reprodução assistida. Hoje, no entanto, são feitos no País cerca de 15 mil tratamentos, a maioria nos centros particulares. "O acesso à saúde reprodutiva é um direito, não pode ser considerado um luxo", defende o presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Nilson Roberto de Melo.

"Atualmente, tanto casais com HIV quanto inférteis podem recorrer a serviços universitários", observa o secretário de Atenção à Saúde, José Gomes Temporão. Mas a maioria dos centros públicos está concentrada em São Paulo, com pouca capacidade de atendimento. "Foram montados com grandes expectativas. Mas todos trabalham com recursos limitados", afirma o especialista em reprodução assistida Edson Borges. Ele lembra que o serviço da Universidade de São Paulo, por exemplo, fez aproximadamente 100 tratamentos em 3 anos. O Hospital Pérola Byington atendeu gratuitamente, em 2005, 250 casais e pretende triplicar a capacidade em 2006.