Título: Lobista nega falsificação de documento e corrupção
Autor: Eugênia Lopes, Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2006, Nacional, p. A4

O lobista mineiro Nilton Monteiro, 49 anos, negou ontem as acusações de falsificação de documentos, estelionato, corrupção ativa e falsidade ideológica feitas contra ele pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), no início do depoimento à CPI dos Correios do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. "Eu nunca tive um processo criminal", assegurou Monteiro, por telefone, ao Estado. O lobista atribuiu as acusações a um dossiê montado por Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha à reeleição ao governo de Minas do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB). "Aquilo ali é uma mentira."

O lobista, que está por trás da divulgação da chamada lista de Furnas - sem autenticidade comprovada -, que relaciona o nome de 156 políticos (a maioria do PSDB e PFL) que supostamente teriam recebido recursos de caixa 2 da estatal para as campanhas de 2002, voltou a pedir para ser ouvido na CPI.

Ele também reafirmou a versão de que Dimas é o responsável pela elaboração da lista. Monteiro sustenta que entregou "uma cópia fiel, autenticada do original" à Polícia Federal (PF), mas evita confirmar a existência do documento original.

"Você só pode autenticar um documento quando você tem o original, não é mesmo? Tudo o que eu tenho demonstrado ao longo dos meus anos é com documento."

Acusou ainda Dimas Toledo de atuar como um grande "arrecadador de fundos" no período em que ocupava uma diretoria de Furnas. "Ele era todo-poderoso, mandava mais que o presidente." O lobista disse que estava no Rio e não acompanhou o depoimento de Dimas. "Não estou nem um pouco preocupado, não quero nem ouvir."