Título: PRINCIPAIS TRECHOS DO DEPOIMENTO DE DIMAS À CPI DOS CORREIOS
Autor: Eugênia Lopes, Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2006, Nacional, p. A4

Ex-diretor de Furnas diz ter pedido que funcionário de carreira assumisse cargo e nega oferta de dinheiro

Lista de Furnas - "Quero negar veementemente qualquer participação na elaboração da lista. Trata-se de uma montagem, de uma falsificação. Nunca ajudei a financiar nenhum parlamentar ou pessoas nominadas na lista. A lista é totalmente absurda. Jamais tratei de financiamentos com as pessoas ali citadas, queria me solidarizar com estas pessoas pelo momento que estão passando."

Autor da lista - "Acredito que quem fez esta lista queria atingir a mim e aos 156 homens públicos citados nela. Isso tudo foi feito para manchar o nome de pessoas e empresas, mas não vai macular Furnas, que nunca teve um dirigente sequer punido por improbidade administrativa ."

Nilton Monteiro - "Não conheço o Nilton Monteiro. Nunca me encontrei com essa pessoa. Não tenho a menor idéia do motivo que levou esse cidadão a fazer isso de distribuir uma lista. No início de 2004, ele telefonou para o gabinete quatro vezes. Não falei com ele porque realmente estava ocupado. Depois voltei a ouvir falar dele com a história da lista de Furnas."

Ameaças de Monteiro - "No início de 2004, ele (Nilton) telefonou três ou quatro vezes para mim e como não atendi, ele ameaçou minha secretária. Disse que era membro do PT e que ia procurar o presidente Lula e propor a minha demissão."

Roberto Jefferson - "Estive uma única vez com o Roberto Jefferson. Fui na sua casa, a seu convite, na noite de 13 para 14 de abril de 2005. Fui ciente de que o meu cargo estava à disposição de um partido e das notícias de que ele (Jefferson) queria levar uma pessoa de fora. Fui tentar convencê-lo de que a minha substituição fosse feita por um funcionário da casa e não ninguém de fora."

Dinheiro para Jefferson - "Essa história de que dei para ele R$ 75 mil não é verdadeira. O deputado Roberto Jefferson acha que para fazer política vale qualquer coisa. Ele faltou com a verdade. Inclusive, disse três números diferentes sobre o suposto ajuste."

Delúbio Soares - "Conheci o Delúbio Soares no final de 2002. A eleição já tinha acabado. Ele queria saber o que Furnas fazia. Tivemos uma conversa boa."

Permanência no cargo - "Não pedi a ninguém para ficar no cargo (no governo Lula), mas não sei se houve algum pedido." Apadrinhamento - "Padrinho? Eu não tenho padrinho. Rifado onde? Eu não fui rifado, eu pedi para sair de Furnas."

Indicações para estatais - "Não entendo que haja interesse em financiar desvio de dinheiro e sim interesse de fazer política, de implementar o programa dos partidos."

Empresa familiar - "Minha filha tem uma empresa de eventos e treinamento para o setor de energia. Prestou serviços para Furnas, mas eu não sabia. A empresa organiza seminários."

Denúncias - "Tenho vivido momentos difíceis desde as denúncias de Roberto Jefferson. Sou um homem simples; cultivo uma vida modesta. Há 25 anos moro no mesmo apartamento de 120 metros quadrados, na Barra da Tijuca." Habeas-corpus para ir à CPI depor - "Depois das denúncias que sofri, de terem invadido minha casa, me achei no direito de me resguardar."