Título: Para assessores do Planalto, Igreja deve cuidar do padre Pinto
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2006, Nacional, p. A7

O presidente Lula considerou "injustas" as críticas de d. Odilo Scherer, segundo relato de seus auxiliares. Mas no Palácio do Planalto havia assessores até mais exasperados que seu chefe. Alguns chegaram a cogitar sugerir à CNBB que cuide do padre José Pinto, de Salvador - que foi afastado da Igreja da Lapinha por causa de performances nada convencionais em missas, como se apresentar maquiado e vestido com fantasias de baiana, Oxum e índio.

Para Lula, segundo um auxiliar, entre as injustiças cometidas por d. Odilo estaria a afirmação de que o governo não conseguiu garantir empregos e superar a pobreza. O presidente considera que seu governo tem o maior programa de distribuição de renda do mundo - o Bolsa Família, que atende a quase 9 milhões de famílias de baixíssima renda. Ele não citou programa semelhante da Índia, que pretende chegar a 60 milhões de pessoas, cada uma pertencente a uma família.

Outros programas com impacto social que a CNBB não levou em consideração, segundo o relato do auxiliar de Lula, foram o ProUni, que facilita o acesso à universidade, o aumento das vagas no ensino fundamental e no médio, os aumentos reais do salário mínimo, o crédito consignado e os programas de saneamento urbano.

Lula disse ainda que neste ano todos vão se surpreender com o crescimento econômico. Mais uma vez, ele pediu que seu governo seja julgado pelo conjunto dos quatro anos.