Título: Devassa precisará ser ampliada
Autor: Diego Escosteguy
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2006, Nacional, p. A4

Os extratos bancários que os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios devem começar a analisar hoje mostram que a Dusseldorf era uma conta-ônibus. Nas duas pontas dos extratos de movimentação dessa conta - tanto na entrada quanto na saída de dinheiro - estão operações feitas com doleiros. Ou seja: para descobrir de onde veio o dinheiro e quais eram os reais destinatários será necessário ampliar a quebra de sigilo bancário, para ter acesso a dados em países como Suíça, Israel, Alemanha e Estados Unidos.

A saída de dinheiro da Dusseldorf, que registra transferências de dinheiro para contas não identificadas no BankBoston de Miami (possivelmente do próprio publicitário Duda Mendonça), também revela depósitos para a Suíça, para a Alemanha e para três empresas ligadas a doleiros. Duas dessas empresas - a Strongbox e a Raspberry Company - têm a mesma sede da Dusseldorf (Bahamas) e conta no BankBoston. Para avançar no caminho percorrido pelo dinheiro, a CPI dos Correios precisa cobrar explicações dos doleiros brasileiros que operavam essas contas.