Título: Previsão para este ano é de 3% a 3,5%
Autor: Irany Tereza
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2006, Economia & Negócios, p. B5

Mesmo assim, desempenho será inferior à média da América Latina

Instituições internacionais prevêem crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) brasileiro para 2006 acima do obtido no ano passado. As projeções do BBVA, do Citigroup e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) indicam um crescimento entre 3% e 3,5% para este ano. Já o Santander projetou que o crescimento do Brasil ficará em 4,1%.

Os dados foram compilados pela Sinopse Internacional do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgada esta semana.

Ainda assim, o avanço da economia do País permanecerá abaixo da média dos países da América Latina, conforme as estimativas do BBVA, Citigroup e Cepal. Pelas projeções das três instituições, a expansão econômica na região será de 3,6% a 4,2%. Só Santander projetou que o avanço ficará no mesmo nível da média dos países latino-americanos.

O economista do Ipea Armando Castelar insiste que o Brasil vem crescendo relativamente pouco porque falta investimento. "Como não se investe, não consegue crescer rápido", afirmou Castelar, citando que o "clima ainda não é propício" para os investimentos.

Ele citou, por exemplo, que o crescimento da formação bruta de capital fixo, indicador que mede o nível de investimentos, foi "frustrante" em 2005, de 1,6%, abaixo até da média do crescimento do PIB ano passado (2,3%).

A principal conseqüência disso é que a economia brasileira vai se distanciando das demais e o País vai perdendo participação no PIB mundial em "ritmo acelerado".

Castelar calculou que o crescimento da economia brasileira nos últimos três anos foi de 2,6% ano ano, abaixo da média mundial no mesmo período, estimada em torno de 4,3%.

Os dados compilados pela sinopse mostram ainda que as estimativas para alguns países são particularmente superiores à prevista para a economia brasileira. O Citigroup projeta, por exemplo, avanço de 7,3% para a Argentina, 5,5% Chile, 6,5% Venezuela, 8,7% China e 7,6% Índia, conforme o levantamento da sinopse do BNDES.