Título: Um terço dos passageiros do País passa por São Paulo
Autor: Silvana Guaiume
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2006, Metrópole, p. C5

Os três principais aeroportos paulistas - Congonhas, Cumbica e Viracopos - recebem quase um terço dos passageiros do País. O número deles chegou perto de 100 milhões no ano passado. Cerca de 70% deles viajaram nos três terminais de São Paulo, nos dois do Rio (Tom Jobim e Santos Dumont), nos dois de Minas (Pampulha e Confins) e nos aeroportos de Brasília, Vitória e Curitiba.

Descentralizar o transporte aéreo é um dos grandes desafios da aviação civil, segundo a Infraero. Além de Viracopos, o Tom Jobim (Galeão) é visto pela empresa como uma boa alternativa para o Sudeste. Do jeito como está hoje - sem grandes reformas, apenas pequenas obras de recuperação e manutenção -, o aeroporto do Rio pode receber 17 milhões de passageiros por ano. Atualmente, recebe 9 milhões.

Outro desafio para a Infraero é resolver a situação de Congonhas, que opera acima da capacidade em uma região urbanizada. A empresa sabe que precisa reduzir o número de passageiros do aeroporto para, no máximo, 12 milhões por ano, 4 milhões a menos do que recebe hoje. Uma das opções é transferir de lá pousos e decolagens de vôos fretados e restringir os chamados vôos de baixo custo. Para isso, porém, será preciso enfrentar a resistência das companhias aéreas. Essas questões serão analisadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que ainda está sendo formada. O nome mais cotado para a presidência é o do deputado Leur Lomanto (PFL-BA).

A Infraero acredita que, com a ampliação de Viracopos, ficará mais fácil redistribuir passageiros entre os aeroportos paulistas. Para isso, é importante a construção de um trem rápido, ligando os aeroportos de Campinas e São Paulo. O terminal de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, que também tem espaço para crescer, é tido como "reserva técnica".