Título: Indústria cresce em 12 de 14 regiões
Autor: Jacqueline Farid
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2006, Economia & Negócios, p. B6

A perda de ritmo da atividade industrial no segundo semestre não impediu o crescimento da produção em 12 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2005. Mesmo com desaceleração em relação ao ano anterior, esses locais se beneficiaram com o aumento da massa salarial, a maior oferta de crédito e as exportações, e fecharam o ano com sinal positivo. Em São Paulo, houve expansão de 3,8%, três vezes menor que os 11,8% apurados em 2004.

Segundo a economista Isabella Nunes, da Coordenação de Indústria do IBGE, São Paulo, que responde por cerca de 45% da produção nacional, apresentou menor crescimento em 2005 pelos mesmos motivos que enfraqueceram o nível de atividade do setor na média do País, como base de comparação elevada e juros altos.

Os segmentos que mais puxaram a produção estão vinculados ao desempenho da massa salarial e não são os que mais costumam se destacar na estrutura industrial da região. A indústria farmacêutica foi a maior influência positiva, com 26%, seguida do segmento de edição e impressão (18%). Outras pressões de alta, mais vinculadas ao crédito e exportações, vieram de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,1%) e máquinas e equipamentos (6,2%). Em dezembro, a indústria paulista também cresceu 3,8% ante dezembro de 2004.

CONTRAMÃO

Na contramão do crescimento da maioria das regiões, os sinais negativos da produção industrial em 2005 ficaram com Rio Grande do Sul (-3,5%) e Ceará (-1,6%), prejudicados pela valorização do real que provocou queda nas exportações e aumento da concorrência interna no setor de calçados. A indústria gaúcha sofreu também as conseqüências da quebra de safra na região.

No caso das 12 regiões que apresentaram expansão no período, Isabella explica que as regiões que cresceram acima da média nacional (3,1%) se destacam na produção de automóveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, além de dinamismo nas exportações.

Além de São Paulo, é o caso do Amazonas (12,1%) - a mais elevada por causa da produção de celulares e TVs -, Minas (6,3%), Bahia (4,1%), Pará (3,8%) e Goiás (3,2%).