Título: Advogado de Duda contesta conclusão da CPI sobre conta
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/03/2006, Nacional, p. A10

O advogado do publicitário Duda Mendonça, Tales Castelo Branco, afirmou ontem que os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios cometeram um "equívoco aritmético" ao analisar os extratos da conta Dusseldorf.

Três deputados da CPI dos Correios afirmaram, na quinta-feira, ter descoberto que Duda recebeu mais de R$ 11 milhões nessa conta, nos Estados Unidos.

De acordo com a comissão foram depositados cerca de R$ 640 mil a mais do que os R$ 10,5 milhões que o publicitário, em depoimento à CPI em agosto do ano passado, afirmou ter recebido do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza como parte do pagamento pela campanha nacional do PT de 2002.

"Essa constatação é totalmente infundada. Creio que os parlamentares não converteram a cotação do dólar adequadamente. Houve um erro de cálculo", diz Castelo Branco.

Em uma análise preliminar dos documentos, a comissão também detectou que a conta Dusseldorf foi aberta em fevereiro de 2003, antes da data que o publicitário declarou à CPI. "Todas as declarações de Duda foram precisas e corretas", diz o advogado.

DISCREPÂNCIA

A Dusseldorf foi abastecida por 15 contas de oito instituições bancárias. "Há uma discrepância entre o que Duda Mendonça falou e os documentos obtidos com a quebra de sigilo da Dusseldorf", afirmou ontem o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).