Título: Juro projeta queda maior da Selic
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2006, Economia & Negócios, p. B10

Corte embutido nas taxas é de 0,82 ponto porcentual, indicando que mais gente espera redução de 1 ponto

Os juros futuros voltaram a cair, e agora projetam um corte de 0,82 ponto porcentual na taxa Selic, na próxima reunião do Copom. Isso mostra que aumentou um pouco a corrente dos que esperam uma redução de 1 ponto porcentual. O dólar caiu 0,19%, para R$ 2,112, no balcão e na roda da BM&F, a menor cotação desde 20 de março de 2001 (R$ 2,085), enquanto o paralelo recuou 0,31%, para R$ 2,27%. O Ibovespa desvalorizou-se 0,13%, o risco país ficou estável, em 217 pontos, e o A-Bond perdeu 0,70%, vendido com ágio de 11,79%.

A desaceleração dos índices de inflação, mais intensa do que se previa, reforça o conceito de que ainda há muito espaço para a redução da Selic. A contínua queda do dólar também contribui para esse alívio. Para completar, o "upgrade" da dívida soberana brasileira, pela agência S&P, ajudou. "A melhora no risco abre, sim, espaço para quedas mais acentuadas do juro, não resta dúvida", comentou um operador.

O contrato de abril projetou taxa de 16,65% ao ano, ante 16,67% na véspera, o de janeiro 15,23% (15,27%), e o de janeiro de 2008, 14,47% (14,52%).

O comercial ensaiou ligeira alta à tarde, mas acabou retomando o caminho da queda. Há quem aposte que o dólar poderá buscar o R$ 1,90 ainda no segundo trimestre. A moeda americana ficou a maior parte do tempo em baixa por causa do fluxo cambial positivo. No mercado futuro, as apostas dos investidores se dividiram: quatro vencimentos projetaram ligeiras quedas e dois vencimentos projetaram pequenas altas.

A Bolsa paulista teve mais um dia volátil. De um lado, a Bovespa refletiu os bons fundamentos da economia, e de outro, realizou lucros e seguiu os mercados americanos, onde as Bolsas caíram (o Índice Dow Jones 0,25%, a Nasdaq 0,15% e o S&P 500, 0,16%).

O movimento financeiro foi bom, chegando a R$ 2,103 bilhões.