Título: Atentado antes da chegada de Bush
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2006, Internacional, p. A11

Diplomata dos EUA morre no Paquistão; Bush não cancela viagem ao país prevista para amanhã

Um terrorista suicida, que foi impedido de chegar ao Consulado dos EUA na cidade de Karachi, sul do Paquistão, mudou rapidamente seus planos e lançou seu carro-bomba ontem contra o automóvel de um diplomata americano. Quatro pessoas morreram, entre elas o diplomata e o suicida, e mais de 50 ficaram feridas.

O presidente americano, George W. Bush, que estava na vizinha Índia na hora da explosão, disse que o atentado não mudou seus planos de visitar o Paquistão no fim de semana. Bush chega amanhã a Islamabad.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas Karachi é um conhecido reduto de militantes islâmicos e atentados anteriores foram atribuídos a militantes ligados à rede Al-Qaeda. "A polícia suspeita do envolvimento do grupo Jundulah", disse Salahudin Haider, porta-voz do governo da Província de Sindh. O atentado deixou uma cratera de 2 metros de diâmetro e 60 centímetros de profundidade. Mais de dez automóveis foram destruídos e todos os vidros das janelas do consulado, assim como do vizinho Hotel Marriott, se quebraram.

O Departamento de Estado americano identificou o diplomata morto como David Foy, de 52 anos, natural da Carolina do Norte. Também informou que o motorista do consulado, Iftikhar Ahmed, foi uma das vítimas do ataque. Foy entrou para o Departamento de Estado em 2003 e em setembro foi enviado para o Paquistão para trabalhar na área administrativa do consulado.

Niaz Sadiq, chefe da polícia local, disse que o terrorista seguia para o consulado quando um segurança fez sinal para que ele parasse em um bloqueio. Então, o suicida viu o veículo do diplomata e lançou o carro-bomba contra ele. A explosão jogou partes do automóvel do diplomata contra uma barreira de concreto perto do consulado e nos jardins do hotel.

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, um aliado-chave dos EUA na guerra contra o terror, condenou o ataque. "Esse ato sem sentido não afetará nossa forte determinação de lutar contra o terrorismo. Precisamos continuar a trabalhar juntos para eliminar essa ameaça", disse.