Título: Internet levou advogado de volta para a sinagoga
Autor: Adriana Dias Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/02/2006, Vida&, p. A24

O advogado Carlos Bekerman, de 28 anos, era um judeu não muito assíduo aos rituais da religião. À sinagoga, ia duas vezes por ano, no máximo. Da história de seus antepassados, não sabia quase nada, mesmo tendo estudado em colégio judaico.

Mas, em 2001, entrou meio que de brincadeira na lista de discussão do site Pletz e a atração foi imediata. "Eram conversas inteligentes e de solidariedade. Imagine você um grupo de 300 pessoas debatendo sobre política, história e modo de vida no judaísmo", lembra.

O site oferece consultas virtuais, listas de discussões, artigos e eventos da comunidade e outras informações sobre a religião e cultura judaica. "Aquilo foi muito interessante e quando vi estava completamente envolvido." Hoje Bekerman passa três horas por dia no site.

"As discussões foram fazendo com que eu me interessasse cada vez mais pelo povo judeu e pelo significado das orações. É uma religião muito rica."

Os assuntos e a linguagem do site que atraíram o advogado acabaram provocando uma mudança em sua vida religiosa. Hoje, Bekerman vai uma vez por mês à sinagoga. "Tinha pouca fé. Hoje, tenho mais paz interior."

Os rabinos elogiam a integração dos judeus por meio de sites como o Pletz, mas ressaltam que a internet não substitui a participação em comunidades judaicas reais.