Título: Inflação dos serviços resiste
Autor: João Caminoto
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/03/2006, Economia & Negócios, p. B5

É fundamental "quebrar a espinha" da inflação dos serviços para garantir a trajetória declinante do IPCA, conclui um estudo dos economistas Fábio Giambiagi e Maria Parente Lameiras, do Ipea. Enquanto o IPCA recuou de 12,5% para 5,7% entre 2002 e 2005, a inflação dos serviços permaneceu ao redor de 7%.

O estudo mostra que o preço de alguns itens de bens e serviços não comercializáveis cresceram muito acima da inflação ao consumidor em 2005, como seguro voluntário de veículo (22,7%), empregada doméstica (11,5%), cinema (9,4%), curso de primeiro grau (9,5%), condomínio (8,9%) e médico (8,2%). Nos últimos quatro anos, o peso desse grupo subiu de 20% para 35% na variação total do IPCA.

Os autores explicam que esses itens permanecem com forte "inércia inflacionária", que pode ser quebrada "com serviços de qualidade a preços competitivos". Eles explicam que parte da inflação desse grupo resulta de reajustes reais do salário-mínimo e da baixa capacidade de substituição desses serviços.