Título: Empresa quer cota maior de combustível da Petrobrás
Autor: Irany Tereza e Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/03/2006, Economia & Negócios, p. B8

A PDV Brasil, subsidiária da estatal venezuelana PDVSA, pediu recentemente à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um aumento de sua cota de compra de gasolina e diesel das refinarias da Petrobrás. Dos atuais 200 mil litros, a empresa pretende passar a 700 mil litros por mês, mais que triplicando o volume negociado.

Os números são pequenos se comparados aos 5,2 bilhões de litros dos dois derivados vendidos no País por mês, mas o pedido foi encarado na ANP como amostra do apetite da companhia pelo mercado brasileiro.Hoje, a PDV tem autorização para atuar como distribuidora de combustíveis e operar 9 postos no Pará. Outra autorização para ponto de revenda está sendo analisada pela ANP.

A empresa entrou no País há cinco anos, com a compra de uma rede de postos paraenses. No ano seguinte, fez um acordo com a rede Açaí Participações, que atua na Região Norte, para fornecer combustíveis a seus postos. O acordo previa a migração de até 76 postos da Açaí para a bandeira PDV, que acabou não se concretizando.

O acordo estipulava que a rede paraense começaria a distribuir óleos lubrificantes fabricados na Venezuela. Na avaliação de especialistas, um começo tímido para uma empresa que figura na sexta posição entre os maiores exportadores de petróleo do mundo e está entre os maiores distribuidores de combustíveis dos Estados Unidos.

A estratégia de entrada pela Região Norte foi sugerida pela consultoria Downstream, contratada pela PDVSA no início da década para avaliar as melhores opções de negócios no Brasil. Na avaliação dos consultores, a companhia deveria aproveitar as sinergias com o mercado venezuelano para ganhar musculatura, antes de disputar as Regiões Sul e Sudeste, o filé do mercado brasileiro de combustíveis, com Petrobrás, Ipiranga e gigantes como Shell, Esso e Texaco.