Título: Políticos invadem TV para a pré-temporada eleitoral
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/03/2006, Nacional, p. A9

Vem aí a temporada de propaganda partidária gratuita no rádio e na TV, que em ano eleitoral tem sido mais útil para lançar candidatos e engordar índices nas pesquisas do que para divulgar legendas. Depois de 2002, quando o programa do PFL levou a então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à liderança da corrida presidencial, ninguém duvida de que a TV é determinante para explicar o sobe e desce nas pesquisas.

Os grandes partidos têm direito a 20 minutos em rede nacional, 20 em rede estadual e um bloco de inserções. Já os partidos médios têm direito a 10 minutos em rede nacional e os nanicos, a apenas 2 minutos.

O PSDB tem o seu tempo - ao todo, 85 minutos - concentrado em junho. O fato de não ter candidato definido para enfrentar o presidente Lula atrapalha o partido e o PFL, que deve indicar o vice na chapa. Por enquanto, a estratégia é atacar o governo. "Devemos dividir o tempo dos comerciais entre os líderes nacionais, para mostrar a cara do partido e bater no Lula", diz o líder no Senado, José Agripino (RN), referindo-se às 8 inserções de 30 segundos que o PFL exibirá a partir de terça-feira.

"Vamos jogar com as armas que temos e, na ausência de candidato, o governo vira alvo. Nada mais útil e proveitoso do que este espaço de mídia gratuito", conta o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM).

"Além de divulgar nossos candidatos, o programa será útil para relembrar fatos que devem ser considerados pelo eleitor", diz o vice-presidente do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP). "Teremos algo como os melhores momentos das CPIs dos Correios e dos Bingos."

TEMER

Também na oposição, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), apareceu nas inserções logo após o carnaval. O programa do PMDB irá ao ar em 11 de maio e a grande estrela será o vencedor da prévia: o governador gaúcho, Germano Rigotto, ou o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (RJ).

A ala governista, liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo senador José Sarney (AP), tem ficado fora dos comerciais do partido.

O PFL marcou para 15 de junho o programa nacional. "Definida a parceria com o PSDB, vamos divulgar a aliança. Caso contrário, iremos de candidatura própria", conta Agripino.

Se a aliança for fechada para o primeiro turno, terá 80 minutos em rede nacional em uma semana: o programa tucano será em 22 de junho, bem próximo do encerramento do prazo para registro de candidaturas, no dia 30.