Título: Varig busca confiança dos credores
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/02/2006, Economia & Negócios, p. B13

Para conseguir adesão ao projeto de emissão de títulos, empresa pode recorrer a certificados bancários

A Varig estuda realizar uma emissão de Certificados de Crédito Bancário (CCBs) como parte do seu plano de reorganização societária e capitalização, que está sendo elaborado pela gestora de recursos ASM Asset Management. A alternativa poderá ser apresentada aos credores até o dia 7, segundo o sócio-diretor da ASM, Antônio Luís de Mello e Souza. O objetivo é dar liquidez aos títulos, que deverão ser negociados no mercado secundário, mas o projeto ainda terá de ser aprovado em assembléia no dia 13.

"É uma alternativa para dar liquidez ao FIP controle (principal instrumento do plano de reestruturação da Varig) e às negociações no mercado secundário. Poderão ser títulos negociáveis ou uma estrutura semelhante", diz Souza. O FIP controle vai agrupar as ações da Varig, da Rio Sul e da Nordeste, que serão negociadas na forma de cotas aos credores e investidores por meio de uma espécie de leilão.

Os CCBs também seriam uma alternativa para atrair os principais credores da Varig, que não estão interessados em participar do FIP controle. O desinteresse foi ratificado em reunião na quinta-feira, com a presença dos maiores donos de crédito da companhia. Souza diz, porém, que o plano está na fase de modificações e que há interessados em participar do FIP controle, mas considera que uma eventual não-adesão ao plano pode ser uma estratégia.

"Não estou dizendo que isso está acontecendo, mas como as cotas serão ofertadas em leilão que gera demanda, se eu vou participar é melhor dizer que não estou interessado", considera Souza. Um representante de credor privado da Varig diz que a associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) foi a única a demonstrar interesse em converter seus créditos em cotas do FIP controle.

VARIGLOG

A Volo do Brasil, subsidiária brasileira do fundo de investimentos americano Matlin Patterson, diz que vai recorrer assim que for notificada da liminar preventiva que suspendeu a compra da VarigLog. A subsidiária de transporte de cargas foi negociada, em dezembro, por US$ 48,2 milhões com a estatal portuguesa de aviação TAP.

Um oficial de Justiça, no entanto, não entregou a notificação porque não havia representantes da empresa no endereço que consta do contrato social. A assessoria de imprensa da Volo informa que o endereço corresponde ao seu escritório de contabilidade, que recebe as correspondências.