Título: PT atende a apelo e se mobiliza pela reeleição
Autor: Gilse Guedes
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/02/2006, Nacional, p. A8

Atendendo a um apelo do presidente Lula, o PT decidiu colocar o bloco da reeleição na rua. Na primeira reunião de 2006, a Executiva Nacional do partido aprovou ontem uma resolução de forte defesa do governo e convocou uma campanha nacional de mobilização da militância e reaproximação com os movimentos sociais. Lula resiste a anunciar a candidatura - planeja fazer isso apenas em junho -, mas cobra do PT que prepare já a campanha e reforce a blindagem da administração federal.

"Vamos trabalhar para mobilizar o Brasil, os movimentos sociais, os partidos aliados, para que tenhamos um grande movimento em defesa da reeleição do presidente", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), negando pressão para que Lula antecipe o lançamento da candidatura. Petistas divergem sobre o momento mais adequado para isso. Para o secretário de Comunicação do partido, Humberto Costa, seria vantajoso para o PT que o presidente fizesse o anúncio o quanto antes. Ex-ministro da Saúde, Costa se disse "aflito" com a indecisão de Lula.

"O PT precisa dessa candidatura para consolidar seu projeto político histórico e social. Precisamos, inclusive, mobilizar setores da sociedade civil para que se engajem nesse processo porque, até o momento, o presidente não tem manifestado uma posição mais clara de que seja candidato", disse. Segundo ele, que esteve reunido com Berzoini e Lula na semana passada, o presidente demonstrou indecisão e "decepção muito grande" em relação aos movimentos sociais.

Conforme antecipou o Estado, Lula afirmou que não "moveria uma palha" para ser candidato. Seu desejo é que o PT pare de brigar com aliados nos Estados e lhe ofereça condições necessárias para o palanque da reeleição, sem que precise entrar na linha de tiro dos adversários com antecedência. No que diz respeito às alianças, os petistas adiaram as definições para o encontro nacional, em abril. "As conversas com os partidos já estão sendo agilizadas", disse Berzoini. "Não vamos de antemão fechar portas ou escancará-las para nenhum partido."