Título: Lucro da Gol cresce 40,7%
Autor: Mariana Barbosa e Renata Stuani
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/03/2006, Economia & Negócios, p. B14

A Gol teve lucro líquido de R$ 424,5 milhões em 2005. Trata-se do maior lucro da história da companhia aérea e representa um crescimento de 40,7% em relação ao ano anterior. O lucro por ação foi de R$ 2,17 no Brasil e de US$ 0,69 em Nova York (ADS). A receita líquida da empresa cresceu 36,1%, para R$ 2,669 bilhões.

O resultado é surpreendente, sobretudo se comparado com os números da TAM, empresa líder no mercado brasileiro. No ano passado, a Gol lucrou mais que o dobro que a TAM (R$ 187,4 milhões), que por sua vez obteve uma receita líquida - R$ 5,6 bilhões - mais de duas vezes maior que a Gol. A margem de lucro líquido sobre a receita líquida da Gol foi de 15,9%, ante 3,34% da TAM.

Para 2006, o presidente da Gol, Constantino Júnior, 36 anos, projeta crescimento de oferta de assentos de 45%, superior ao último ano, quando foi de 40,9%. A empresa acelerou os planos de ampliação de frota e deve receber 16 Boeings até o fim do ano, 4 a mais que o previsto. Com isso, ela encerrará 2006 com 58 aviões. Da encomenda de 101 jatos que a companhia tem com a fabricante americana, 90 deverão estar em operação até 2011.

"Temos confiança no crescimento do mercado brasileiro", afirmou Constantino Júnior, que reviu para cima sua projeção de crescimento do mercado, de 15% para até 20%. No ano passado, o mercado cresceu 19,4% e a Gol, 45,9%. Tido como um obcecado por redução de custos, ele entrou esta semana para o clube de bilionários da revista Forbes, ao lado de seus três irmãos. Segundo a revista, os quatro detêm juntos uma fortuna de US$ 4,4 bilhões.

Com uma previsão de manter a taxa de ocupação média em 74%, a Gol espera ampliar sua receita para R$ 4,1 bilhão no ano. A empresa registrou 28,77% de participação de mercado em fevereiro - ante 44,45% da TAM e 19,25% da Varig - e tem como meta encerrar 2006 com uma participação de 35% a 38%. A Varig já declarou que irá concentrar esforços no mercado internacional. O doméstico será reduzido a linhas mais rentáveis, como a Ponte Aérea, e trechos importantes de conexão para passageiros de vôos internacionais. "A competição da Gol agora é diretamente com a TAM. Não há mais razão para ela se preocupar com a Varig", avalia um consultor.