Título: Publicidade de empresas de crédito cresce 139%
Autor: Carlos Franco
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2006, Economia & Negócios, p. B15

Empréstimo consignado eleva investimento do setor, que aumentou de R$ 279 milhões em 2004 para R$ 670 milhões no ano passado

O empréstimo consignado, tanto para trabalhadores da ativa como aposentados, fez com que o investimento publicitário de bancos, financeiras e outras empresas de crédito desse um salto de 2004 para 2005, passando de R$ 279,4 milhões para R$ 670,2 milhões. O crescimento foi de 139%, que valeu ao setor a 10ª posição no ranking Ibope/Monitor do investimento publicitário em 2005. No ano anterior, o setor de financiamentos ocupava a 25ª posição.

Já a liderança do investimento publicitário continuou com as lojas de departamento, o que, pelo critério do Ibope/Monitor, inclui redes de lojas como Casas Bahia e Magazine Luiza. Em 2005, as Casas Bahia lideraram o ranking de anunciantes, com investimento de R$ 2,4 bilhões, que resultou na liderança da Y&R, de Roberto Justus, que responde pela comunicação da rede, no ranking de agências de publicidade.

Em segundo lugar no investimento publicitário estão as auto-revendas e concessionárias de automóveis, apesar da queda no investimento, que saiu de R$ 2,2 bilhões em 2004 para R$ 1,6 bilhão em 2005. Nesse valor, o Ibope/Monitor não inclui investimentos de R$ 491,3 milhões das montadoras em veículos de passeio nacionais - que foram de R$ R$ 439,5 milhões em 2004.

O setor de construção civil e incorporação, impulsionado por facilidades de crédito ao consumidor, ampliou o investimento publicitário de R$ 1,1 bilhão em 2004 para R$ 1,6 bilhão em 2005, ocupando a terceira posição no ranking. Em quarto lugar aparece o setor de super e hipermercados, que investiu R$ 1 bilhão em 2005, ante R$ 867 milhões em 2004.

O varejo de montadoras, que investiu R$ 52 milhões em 2004 e nem sequer figurava na lista dos 30 maiores investidores do mercado publicitário, encerrou 2005 na quinta posição do ranking, com investimento de R$ 971 milhões.

O valor é reflexo do esforço das montadoras para vender, numa disputa acirrada por liderança, que foi capitaneada por Volkswagen, Fiat, GM e Ford, entre outras, que abriram pátios e ofertaram diretamente seus produtos. A GM, por exemplo, chegou a recorrer à dupla Sandy e Júnior nessa disputa em que a Ford resgatou histórias infantis para falar de quão incríveis eram suas ofertas.

O entretenimento também esteve em alta em 2005, com o setor de excursões e viagens, capitaneado pela CVC, investindo R$ 557,7 milhões, ante R$ 387,1 milhões em 2004. O que explica o lançamento este ano da agência G-7, que tem à frente Gustavo Paulus, filho do controlador da CVC. Para esse bolo também contribuíram os investimentos da BRA, que acabou se tornando companhia aérea regular.

Essa movimentação do segmento de excursões e viagens pôs a categoria à frente do disputado mercado de cerveja, no qual as empresas reduziram o investimento de R$ 531,7 milhões em 2004 para R$ 495,8 milhões em 2005. Já o setor de refrigerantes apresentou movimento inverso, com o investimento passando de R$ 266,6 milhões para R$ 307,8 milhões, liderado pela Coca-Cola.