Título: Mercadante defende ministro, mas se coloca à disposição do presidente
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/03/2006, Nacional, p. A4

Apesar do discurso de que pretende mesmo tentar vencer Marta Suplicy na prévia do PT para decidir o candidato do partido ao governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante disse, em Campinas, que estará à disposição para uma eventual sucessão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Mercadante se reuniu ontem com integrantes do PT no Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Pareceu tranqüilo durante todo o tempo e disse que o melhor para o Brasil, hoje, seria a manutenção de Palocci na Fazenda. "O presidente Lula reitera toda a confiança no ministro Palocci", afirmou o senador. "Com ele, o País teve a sua economia estabilizada e essa qualidade deveria se repetir nos próximos meses."

Mesmo com a defesa do ministro, Mercadante se mostrou pronto para ajudar o presidente, caso seja solicitado a assumir o ministério. "Continuo líder do partido e pré-candidato ao governo de São Paulo, mas coloquei o meu mandato à disposição e, se o presidente Lula precisar, estou à disposição", disse. "Mas quero deixar claro que ele não me solicitou nada."

A saída de Palocci da Fazenda parece ser apenas uma questão de tempo. A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa deve tirá-lo do cargo até sexta-feira, prazo estabelecido pela lei para que os candidatos às eleições de outubro saiam do governo. Palocci pode ser candidato a deputado federal.

Mercadante foi sondado para assumir a Fazenda em novembro do ano passado, quando Palocci chegou a pôr o cargo à disposição de Lula. O presidente, porém, conseguiu segurar o ministro.

Questionado se continuará candidato a governador mesmo se o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), entrar no páreo, Mercadante desconversou. "A gente não pode escolher nem ter preferência quanto a um possível adversário, mas já derrotamos o Serra na prefeitura e também no governo federal", afirmou.

REFORMA

Para concorrer às eleições, deixam a equipe até sexta os ministros Jaques Wagner (Relações Institucionais), José Alencar (Defesa), Saraiva Felipe (Saúde), José Fritsch (Pesca), Alfredo Nascimento (Transportes), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Agnelo Queiroz (Esporte).

De olho no apoio do PMDB nos Estados, Lula pretende manter as três vagas do partido na equipe, apesar da saída de Saraiva Felipe. O ministro da Saúde deve ser substituído por um nome indicado pelo PMDB.