Título: No Rio e no Sul, quadro indefinido
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/03/2006, Nacional, p. A8

Às vésperas do fim do prazo para a desincompatibilização, as incertezas que cercam o lançamento da candidatura própria do PMDB à Presidência estão reproduzidas em dois dos principais Estados administrados pelo partido. Justamente aqueles sob influência dos presidenciáveis Anthony Garotinho e Germano Rigotto. Garotinho foi escolhido na prévia informal peemedebista, no dia 19, mas vários correligionários ainda lutam contra a candidatura própria, atingida em cheio pela manutenção da verticalização das alianças. No Rio, seu berço político e sob o comando de sua mulher, Rosinha Matheus, Garotinho ainda não definiu que rumo tomar.

De sua parte, Rigotto também faz suspense sobre uma possível candidatura à reeleição no Rio Grande do Sul. Já prometeu terminar seu mandato e não tentar renová-lo, mas talvez só a família, que pediu para ele não concorrer, acredite na intenção expressa pelo governador.

Ele sofre pressão de duas correntes do PMDB gaúcho. Uma quer que ele renuncie ao cargo até o dia 31 e se apresente como candidato à Presidência na convenção do PMDB, enfrentando novamente Garotinho. Outra quer que ele assuma logo a candidatura à reeleição.

Além de dificultar o lançamento da candidatura de Garotinho, a verticalização pode isolá-lo de outras forças políticas no Rio, possivelmente reduzindo a sua influência no quadro local.