Título: Produtores da Bahia cobram ações da União e do Dnit
Autor: Fabíola Salvador, Leonardo Goy
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/03/2006, Economia & Negócios, p. B1

O escoamento da produção de soja do oeste baiano vai, mais uma vez, passar pelo gargalo das estradas em má conservação. O que significa atrasos, gastos maiores e prejuízo que a Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (Aiba) quer agora cobrar do governo federal.

No fim do ano passado, a entidade moveu ação civil pública contra a União e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) para que mantenham as estradas transitáveis. Continuam sem estar e, para piorar, ficaram de fora do programa emergencial do tapa-buracos.

"A BR-242 não entrou na operação porque a justificativa era de que já havia empresa licitada e contratada para repará-la", afirmou Alex Rasia, assessor da diretoria da Aiba. A rodovia continua esburacada.

Há alguns anos, os sojicultores usavam um trecho maior da BR-242 para escoar a produção. O trajeto ia de Barreiras à BR-101 e desta em direção aos portos de Ilhéus, na Bahia, e Santos, em São Paulo. Por uma questão de logística, que envolve o custo das estradas esburacadas, o caminho foi alterado. Agora os caminhões seguem pelas BR-135, BR-242 e BR-020 até Araguari (MG), de onde seguem de trem até Vitória. Nenhuma delas entrou na operação tapa-buraco.

Outra estrada federal importante para a economia baiana é a BR-324, que liga a capital a Juazeiro, no norte do Estado. Ela é utilizada pelos caminhoneiros para o transporte de milho, arroz, cereais e as frutas do pólo irrigado. Os transtornos se limitam aos congestionamentos, onde a operação tapa-buraco já está em execução.

No trecho metropolitano entre Salvador e Feira de Santana, há vários trechos em manutenção. Perto das obras, há filas diárias de carros e caminhões que, com o início do escoamento das safras, devem aumentar ainda mais.