Título: Braço de companhia sob suspeita disputa licitação
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2006, Nacional, p. A4

Um braço da Leão Leão, empresa que é o pivô da fraude investigada em Ribeirão Preto, pode ganhar hoje o direito de continuar explorando a coleta de lixo e varrição de ruas na cidade.

A Leão Ambiental é uma das companhias que disputam a nova licitação para o serviço, de valor estimado em R$ 63,3 milhões, cujo resultado deve ser anunciado agora.

Ela pode suceder a própria Leão Leão, que ainda executa a coleta e varrição em caráter emergencial, pois o contrato foi encerrado em novembro, mas prorrogado por conta de atraso na nova licitação. A concorrência anterior havia sido realizada em 1999, com serviços prestados a partir de 2000.

Esse processo licitatório, iniciado em setembro de 2005, chega à fase de conhecimento das propostas das empresas que participam da disputa. O contrato, válido por 30 meses, é renovável por igual período e terá valores corrigidos anualmente pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M).

No contrato anterior, prorrogado, Ministério Público Estadual e Polícia Civil investigam fraudes que teriam sido praticadas pelos governos petistas de Antonio Palocci e Gilberto Maggioni, entre 2001 e 2004.

O advogado Rogério Tadeu Buratti citou, em depoimento, que Palocci e Maggioni teriam recebido propina mensal de R$ 50 mil da Leão Leão nesse período. Palocci e Maggioni negaram. Um inquérito continua em andamento e outro está travado na Justiça.

A partir da abertura dos envelopes, esperada para hoje, a vencedora poderá ser anunciada. A comissão de licitações também pode optar pela análise dos documentos reservadamente e anunciar posteriormente a vencedora. As empresas derrotadas ainda poderão contestar o resultado, o que exigiria mais prazo para conhecer em definitivo a futura executora dos serviços.