Título: MAM é o único com segurança armado
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/03/2006, Metrópole, p. C8

No Rio e em São Paulo, eles têm isso; no Masp, há detector de metal

Câmeras, sensores de presença e seguranças - armados ou não - protegem as obras de arte mais importantes do Rio e de São Paulo. Os Museus de Arte Moderna (MAM) dos dois Estados, administrados por organizações da sociedade civil, são os mais aparelhados para se defender. Entre as várias instituições que foram visitadas pelo Estado, os MAMs são os únicos que têm seguranças armados.

"O museu tem um sistema de segurança conforme os padrões vigentes, que incluem segurança dia e noite, câmeras e alarmes. Trabalhamos com segurança armada", disse o curador do museu carioca, Fernando Cocchiaralle. No museu paulistano, o esquema é de banco: R$ 20 mil gastos por mês com seguranças e manutenção do sistema, que inclui, além do básico, câmeras com visão noturna, sala de controle dentro de um bunker, botões de alarme ligados à polícia e outros.

Entre os museus visitados em São Paulo, detector de metal é exclusividade do Masp, que, por outro lado, tem menos de 10 câmeras no segundo andar, onde expõe parte de seu acervo de mais de R$ 1 bilhão. "Não há padrão de equipamentos. Eles têm de ser compatíveis com o risco e com o que precisa ser protegido. No Masp, eu colocaria até chips eletrônicos nas obras para rastreá-las", diz o consultor Carlos Paiva, fundador da Associação Brasileira de Segurança Empresarial (Abrase), que dá cursos sobre segurança em museus. Como a maioria dos museus visitados pela reportagem, o Masp não quis se pronunciar. Segundo Paiva, o ideal é que os seguranças usem armas não letais de dia - para não ferir ninguém e não danificar as obras se houver troca de tiros - e armas de fogo à noite.

A Pinacoteca e o Museu Lasar Segall têm câmeras e vigias que acompanham os visitantes em todas as salas. O Museu de Arte Sacra tem muros com menos de 2 metros de altura, mas é favorecido com a localização numa área com forte presença militar, ao lado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Mas ainda há museus estaduais sem câmeras. A maioria das instituições também tem seguro para o acervo fixo e para as exposições temporárias.

No Rio, a diretora do Museu Histórico Nacional, Vera Tostes, redobrou a vigilância, mas teme o efeito dominó. "Museus foram assaltados outras vezes, mas levavam apenas computadores, objetos de escritório. Depois do que houve na Chácara do Céu, logo houve outro roubo (no Museu da Cidade)."

No Museu Nacional de Belas Artes, também no Rio, "a atenção é redobrada em tudo, inclusive para evitar que algum louco rasgue, suje ou quebre alguma obra", segundo a diretora Mônica Xexéo.