Título: Leilão de energia nova será em junho
Autor: Kelly Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/03/2006, Economia & Negócios, p. B10

Oferta tem o objetivo de cobrir a demanda de eletricidade para 2009

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que o leilão do dia 12 de junho terá como ofertas principais a energia das usinas termelétricas e hidrelétricas já construídas, mas ainda sem contratos de longo prazo.

Essa foi, segundo ele, a alternativa para atender à demanda de energia a partir de 2009, já que o prazo de três anos para o início da operação tornou inviável a construção de hidrelétricas. Segundo ele, não está descartada a inclusão das usinas Mauá, Dardanelos, Cambuci e Barra do Pomba. Essas usinas já têm licença ambiental e ficaram de fora no leilão de dezembro de 2005.

"Não acreditamos que algum empreendedor se arrisque nesse negócio, mas podemos disponibilizá-las só por desencargo de consciência", disse Tolmasquim. Ele acredita que as usinas de biomassa devem ter papel importante nesse leilão porque têm custos mais competitivos.

O presidente da EPE disse ainda que já há investidores interessados em construir uma térmica acionada por carvão importado no Nordeste e outras duas no Sul do País. Segundo o executivo, o volume total a ser leiloado só será definido após o dia 13 de abril, que é o prazo final para que as distribuidoras entreguem à EPE a sua declaração de demanda para 2009.

Já os empreendedores que quiserem incluir projetos no leilão deverão fazer habilitação técnica até 10 de abril.

No último leilão só ficou faltando o atendimento de 4,5% para aquele ano ou o equivalente a 1.800 MW médios.

"Isso não significa que esse será o volume leiloado porque as distribuidoras ainda farão a atualização desse volume", ressalvou. Os contratos serão de 30 anos para as hidrelétricas e de 15 anos para as térmicas, como no último leilão.

O leilão do dia 12 vai usar computadores. Isso evitará que os interessados precisem ficar isolados em quartos de hotel, como da primeira vez.

O último leilão de energia ocorreu em dezembro e licitou sete novas usinas hidrelétricas, que vão exigir investimentos de R$ 3,2 bilhões. A maioria delas foi arrematada por estatais.

Os grandes grupos do setor ficaram de fora da disputa por casa do baixo preço fixado pelo governo para as tarifas.