Título: `Sexo e poder¿, o outro lado do economista
Autor: Lu Aiko Otta
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2006, Economia & Negócios, p. B3

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não é só o economista que promete cumprir tudo o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandar. Ele tem um passado libertário. Em 1979, ele coordenou, fez a introdução e escreveu o capítulo inicial da obra Sexo e poder, editado pela Brasiliense, com direitos posteriormente cedidos ao Círculo do Livro.

Mantega foi um apologista da revolução sexual. Logo na introdução, constata que no final dos anos 70 a família brasileira já podia assistir ao afrouxamento da censura sexual no País. ¿Finalmente estamos amadurecidos para encarar de frente bundas e peitos, e mesmo para ver de relance os pêlos púbicos que se insinuam nos cantos mais escuros das telas dos cinemas e nas páginas dos Play bois caboclos.¿

A obra coordenada por Mantega tem, do autor, além da apresentação, o artigo ¿Sexo e poder nas sociedades autoritárias: a face erótica da dominação¿, de 24 páginas, e um diálogo com sua participação: ¿A ciência do sexo e os feiticeiros da repressão¿.

Mantega lembra que a obra parte de pensadores mais teóricos, como Freud e Reich, e chega à sexualidade brasileira, com a violência sexual, o sexo no cinema e nas revistas femininas, o feminismo e o homossexualidade. Encerra dizendo que não pretende esgotar o assunto: ¿Afinal, a sexualidade brasileira é inesgotável".